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O Web Summit Rio foi um sucesso de público! Descubra as principais tendências do evento – e o que elas podem fazer pelo seu negócio

O Rio de Janeiro foi o palco escolhido para a primeira edição do Web Summit fora do continente europeu. Assim, além da edição anual do encontro, que acontece atualmente em Lisboa, agora o evento tem uma “filial” brasileira, com data já marcada para a segunda edição – em abril de 2024.

A versão carioca, que assim como a original se centrou nas principais tendências de inovação e negócios, superou as expectativas dos organizadores. Os 20 mil ingressos se esgotaram e mais de 91 países estiveram representados entre os participantes Ainda de acordo com a organização, mais de 970 startups marcaram presença no Summit.

E o conteúdo debatido ao longo dos quatro dias foi tão diverso quanto a composição de seus visitantes. Estamos falando de nomes como NuBank, movimentos sociais como Black Lives Matter, produtores de conteúdo como KondZilla, e grandes marcas como Airbnb e Magazine Luiza – com uma forte presença feminina no evento.

Para as marcas e empreendedores interessados em como as companhias podem navegar o momento atual, quais foram os destaques?

De novo, a Inteligência Artificial
É impossível começarmos a falar sobre o Web Summit Rio sem abordar o fato de que, novamente e assim como aconteceu durante o SXSW, a Inteligência Artificial teve grande destaque no evento.

Apesar do tom muitas vezes cauteloso, adotado nas discussões sobre o tema ao longo dos últimos meses, o recado do Web Summit Rio em relação à IA possuiu tons diferentes.

Fernando Medeiros, por exemplo, CMO da NotCo (empresa chilena de tecnologia de alimentos plant-based) disse em seu painel que, ao contrário de “roubar empregos”, o potencial da inteligência artificial está ligado à criação de novos processos para que os profissionais simplesmente ganhem tempo, e possam focar em soluções, e não processos repetitivos.

Já a aposta de aplicar a IA para a geração de conteúdo – como vídeos, imagens e texto – teve um contraponto de peso protagonizado pelo marqueteiro e autor bestseller do New York Times Neil Patel. O britânico não concorda que o principal atrativo das ferramentas de inteligência artificial para o Marketing esteja ligado à produção de conteúdo pois, atualmente, essa atividade em si não gera custos elevados.

Ele acredita que o grande potencial está na análise de dados, tornando mais simples o direcionamento de anúncios e campanhas em tempo real. Essa ideia está ligada também ao funcionamento da mídia programática, sobre a qual você também pode ler no hub de conteúdo da Jahe.

Outro ponto interessante comentado por Patel foi a resposta do Google a avanços como o ChatGPT e o crescimento do TikTok como ferramenta de busca de conteúdo por parte da geração Z (nascidos entre meados de 1990 até 2010).

O Google tem um novo projeto (Magi) que, de acordo com o especialista, em vez de mostrar, digamos, 10 resultados de sapatos, vai mostrar como resultado das buscas exatamente o tipo de calçado que o usuário gostaria, na cor e modelo de preferência.

Esse é um caso de como a IA pode mudar o funcionamento do SEO (search engine optimization), ou a maneira como as plataformas executam as buscas na internet, além de trazer avanços importantes na personalização do conteúdo para os usuários.

O risco da IA copia e cola
Ao passo que o potencial em análise de dados é muito grande, a utilização de IA para criar conteúdo tem causado um efeito negativo, de acordo com o palestrante. Quando a IA é utilizada de maneira intensiva, os conteúdos tendem a ficar semelhantes pois “se todos estão usando IA, ela é treinada com a base de dados disponível. Se a base é a mesma, ninguém vai ser autêntico. Hoje, de 20% a 30% do conteúdo disponível na internet já é duplicado, e isso tende a aumentar com o uso das inteligências artificiais”, afirma.

Na contramão, Patel usou Rihanna para mostrar como fazer sucesso. “Os consumidores querem marcas que tenham personalidade. Por que a Fenty, da Rihanna, deu certo? Porque existe alguém ali com sua personalidade, autoridade e confiança. Isso a máquina não faz.”

Entendendo as plataformas, com KondZilla
Para quem quer entender melhor a relação das marcas com o conteúdo, outro painel importante foi a apresentação de Konrad Dantas, o KondZilla, produtor brasileiro cujo selo musical tem alguns dos artistas mais populares do Brasil no Spotify, e responsável pela criação da série Sintonia, sucesso no Netflix. Ele tem mais de 66 milhões de inscritos no YouTube e seu canal já foi o terceiro maior do mundo.

KondZilla, que já havia sido destaque na edição europeia do festival, aponta que entender o funcionamento das plataformas é crucial para fazer bons acordos comerciais. Um dos exemplos é trabalhar em campanhas, no caso do YouTube, para que as pessoas se inscrevam nos canais, pois isso fortalece a sugestão desses conteúdos pelo algoritmo do site.

Outra lição importante diz respeito ao trabalho com creators. Mesmo que cada um dos parceiros escolhidos tenha uma grande audiência, as equipes de marketing precisam investir em impulsionamento de conteúdo para que se ganhe relevância, bem como escolher de maneira acertada as plataformas nas quais trabalhar. Nas palavras do produtor, “não adianta ser o número 1 na plataforma número 1000”.

“Criadores de conteúdo com grande público já negociam diretamente com as marcas. No entanto, muitos não percebem que é preciso alinhar essas campanhas com as plataformas de streaming e as agências de publicidade. Por isso, nossos projetos são construídos ‘a seis mãos’. Quando usamos a plataforma para distribuir o conteúdo, mas ela não participa da receita, isso limita o alcance”, explica.

Leia mais sobre a palestra do KondZilla no portal Fast Company. Indicamos muito a leitura!

Não há dúvidas de que, além de lotado, o WebSummit Rio foi um evento intenso. O fundador do encontro, o irlândes Paddy Cosgrave, disse que a expectativa inicial era atrair 5 mil participantes. Poucas semanas antes, o número mudou para 20 mil, e os ingressos se esgotaram.

Uma das principais mensagens da primeira edição brasileira do evento é que, afinal, a criatividade é obra da atividade humana, e nenhuma tecnologia será capaz de superar isso. Elas são ferramentas para atender melhor as pessoas.

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