Não surpreende, mas é importante lembrar que o Brasil ser o segundo país que mais utiliza redes sociais, de acordo com o estudo O Futuro dos Dados: Tendências e Novidades 2024, da Comscore Socia. Ao todo, são 132,5 milhões de brasileiros conectados nas plataformas – entre eles, 121 milhões são usuários únicos. Em média, passamos 47 horas por mês conectados. Estamos atrás somente da Índia, atualmente o país mais populoso do mundo.
Outra pesquisa, a Tendências Digitais 2023, também da Comscore aponta que Youtube, Facebook e Instagram são as plataformas mais acessadas pelos usuários, com 96,4%, 85,1% e 81,4% da preferência, respectivamente.
Entre as preferências do brasileiro, está ainda o consumo de vídeos curtos, principalmente no TikTok. Tendo este cenário em mente, vem a questão: vale a pena investir em outras redes sociais como X (Twitter), Bluesky e Threads? Vamos mostrar como anda a situação destas plataformas e as vantagens que cada uma proporciona. Vem com a gente!
Em 31 de agosto, o X foi suspenso no Brasil após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Estima-se que havia, no Brasil, 22 milhões de usuários, sendo 9,3 milhões ativos mensalmente.
Por quase 15 anos, o X (ex-Twitter) foi uma das principais redes sociais do Brasil. Porém, após sua compra, em 2022, a rede passou a não ter moderação de conteúdo, ou seja, posts ofensivos e até criminosos passaram a ser aceitos pela plataforma e, mesmo com decisões judiciais pedindo a exclusão, a empresa se recusou a acatar alegando liberdade de expressão.
Dado esse histórico recente, diversas empresas abandonaram a plataforma, tanto em termos de anúncio quanto em relação às suas contas, tendo em vista a possibilidade das marcas caírem em polêmicas e até serem canceladas. Então, embora a base de usuários seja maior, não parece um ambiente propício para prospecção de clientes.
Dessa forma, não indicamos o uso do X caso deseje ampliar a base de atuação nas redes sociais. Na verdade, desde a sua compra pelo bilionário Elon Musk, companhias gigantescas como Disney, IBM e Apple cessaram os anúncios na antiga rede do passarinho azul. E, falando em azul…
A plataforma foi criada pelo cofundador e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, e se tornou independente após a venda da empresa. Por causa disso, muitos usuários relatam semelhanças entre ambos os apps.
A plataforma tem pouco mais de 7 milhões de usuários e mais da metade, cerca de 4 milhões, são brasileiros. Logo, não é exagero dizer que a rede está dominada pelos falantes da língua portuguesa, o que contribui para o alcance massivo da sua marca com milhares de possíveis clientes. O ambiente do Blue Sky é descentralizado, visando que os usuários tenham um maior controle sobre seus dados.
A plataforma foca a personalização É possível criar feeds específicos para nichos de interesse, o que pode ser muito vantajoso para sua marca caso deseje explorar audiências mais segmentadas. O tempo médio de uso no Bluesky é de 13 minutos, indicando um público mais engajado.
Outra vantagem, é a opção de criar listas e a execução de vídeos de até 1 minuto, o que corrobora com a tendência citada no início do texto de que os brasileiros têm preferido assistir vídeos curtos.
No entanto, nem tudo são flores. A plataforma ainda não permite anúncios, o que pode dificultar a atuação de micro e pequenas empresas, que necessitarão realizar um engajamento manual, demandando mais tempo e mão de obra especializada em criação de conteúdo. O que pode não estar dentro das possibilidades de empresas menores…
Além disso, diferentemente de seu irmão mais velho X, não oferece — pelo menos na época que esse texto foi redigido — a ferramenta de trending topics, com os assuntos mais comentados no Brasil e no mundo. Isso pode dificultar que sua empresa saiba qual o assunto do momento e crie uma estratégia inteligente para fidelizar e atrair os consumidores.
A rede social pertence ao grupo Meta, dono do Facebook e do Instagram, duas das plataformas mais acessadas do Brasil. Logo, a integração com elas facilita a entrada nesta rede social, devido à fácil migração de um app para o outro. Então, o Threads se torna a opção ideal para marcas com uma presença consolidada, ou crescente no Instagram.
A base de usuários é ampla, cerca de 175 milhões de pessoas. Aliado a isso, o Threads para desktop tem uma interface fluida e opções de personalização. A rede social permite configurar a tela em várias colunas verticais. Dessa forma, o usuário consegue separar a tela entre dois feeds principais, um com as recomendações do algoritmo e outro com as contas seguidas, além de trazer espaço para seguir temas específicos ou adicionar colunas com o próprio perfil ou a aba de busca da rede.
No entanto, o Threads possui um feed cronológico somente com posts de contas que você segue, mas o feed aleatório é ativado por padrão na rede. A versão para celulares mistura tudo, ou seja, a maioria dos posts que aparecerão no seu feed, serão de contas que você não segue. Isso joga contra a rede, tendo em vista que seguimos perfis para consumir seus conteúdos e não para que eles parem de aparecer em nossa timeline.
O vínculo com o Instagram também pode ser um fator negativo, tendo em vista que, por mais que o Brasil seja o país latino-americano que mais consome redes sociais, as pessoas querem diminuir o tempo de consumo e a quantidade de plataformas. Então, ter conta em uma rede para ter acesso a outra, lembra uma venda casada, o que nunca é bem visto pelos consumidores.
No final das contas, uma das principais medidas que sua marca pode tomar, antes de escolher uma rede — seja ela microblog, como essas citadas, que permitem poucos caracteres por posts ou não — é entender onde está sua audiência. Expandimos o assunto neste nosso artigo.
E caso deseje ampliar a atuação da sua marca nas redes sociais, venha tomar um café conosco para discutirmos os melhores caminhos para a estratégia de marketing ideal para o crescimento da sua empresa. Vamos conversar?
Foto: Olhar Digital