A crescente demanda dos consumidores por maior responsabilidade social e ambiental das empresas vem gerando dois movimentos distintos. O primeiro, positivo, é um estreitamento da relação entre cliente e marca, sempre que há identificação de valores ou causas apoiados por ambos. O segundo, negativo, é que a atenção maior ao posicionamento das companhias a respeito de determinados temas pode gerar, também, uma crise de reputação quando o público identifica uma ação da marca que não condiz com suas expectativas ou visão de mundo – o popular “cancelamento”.
O levantamento “Geração Z Pelas Lentes Latinas”, realizado pelo Grupo Consumoteca, por exemplo, mostra que metade dos jovens da América Latina já cancelou alguma marca por conta de algum escândalo. O levantamento entrevistou 2 mil jovens de 17 a 25 anos do Brasil, Argentina, Colômbia e México, das classes A, B e C.
E uma pesquisa da empresa de relações públicas Porter Novelli nos Estados Unidos apontou que atualmente, pautas sociais e ambientais são as maiores razões para se cancelar uma marca, muito menos do que a insatisfação com produtos, serviços e atendimentos. Justiça social e direito das mulheres são algumas das principais pautas por lá.
Ou seja, sem dúvidas este é um ambiente complexo – e os profissionais de marketing precisam estar mais conectados culturalmente, compreendendo profundamente o contexto social em que operam.
Isso exige uma vigilância constante e uma capacidade de adaptação rápida às mudanças nas percepções públicas. Marcas que se manifestam de maneira consistente com seu DNA e que defendem valores nos quais acreditam têm o potencial de conquistar o coração dos consumidores, mesmo diante de controvérsias de curto prazo.
O que fazer, então, para colher os frutos positivos dessa tendência, estabelecendo relações mais próximas com os seus clientes, e evitar o cancelamento? Siga com a gente!
Estabeleça parâmetros claros para parcerias | Segundo estudo do Sprout Social, 66% dos consumidores querem que as marcas se posicionem sobre questões políticas e sociais. A Edelman descobriu que 64% dos consumidores tomam decisões de compra com base no fato de uma marca representar suas crenças. Logo, fica evidente que, para fazer uma ação com influenciadores, sua empresa precisa entender quais valores regem sua audiência e posicionar sua marca de maneira fidedigna neste assunto. Dessa forma, o conteúdo estará alinhado aos seus valores e objetivos, sem comprometer a autenticidade do influenciador.
Humor tem limite, sim! | Se valer de piadas, sátiras e memes para engajar sua marca e criar proximidade com os clientes é uma ótima estratégia, desde que você não utilize deste recurso para perpetuar preconceitos e espalhar discurso de ódio. Antes de soltar a piada nas redes sociais ou em mensagens personalizadas, reflita a possibilidade dela ser ofensiva e caluniosa de alguma forma a algum grupo. Só continue se tiver certeza de que se trata de uma piada inofensiva.
Invista no Digital e saiba onde seu público está | Dado o crescimento contínuo da publicidade digital, é crucial que sua empresa tenha uma presença forte online. Isso inclui ter um site otimizado, estar ativo nas redes sociais e considerar a publicidade paga em plataformas como Google Ads, Instagram, Facebook e outros. Além disso, é fundamental entender, a partir da análise dos dados, quais são as plataformas de preferência da sua audiência. É nelas que seus investimentos devem estar concentrados. Assim, você não corre o risco de gastar, por exemplo, tempo e recursos produzindo vídeos divertidos para o TikTok quando, de fato, o consumidor que quer atingir está no facebook – ou o contrário!
Crie conteúdo relevante | Produza conteúdo que seja interessante e relevante para seu público. Isso pode incluir blogs, vídeos, webinars e newsletters. O conteúdo deve educar, entreter e contribuir para resolver problemas dos seus clientes, estabelecendo sua marca como uma autoridade no setor. A Barron’s informou que quase 60% dos consumidores querem que as empresas se posicionem em questões sociais. Em um estudo da Cone Communications, 87% dos entrevistados afirmaram que compraram um produto porque a empresa defendeu um problema com o qual eles se importavam.
Em resumo, o controle sobre a marca está se transformando, exigindo uma abordagem mais estratégica e sensível ao contexto cultural e social. O desafio é equilibrar a autenticidade e a responsabilidade, garantindo que as ações e mensagens da sua marca ressoem positivamente com seu público-alvo, evitando os perigos da cultura do cancelamento.
O mais importante é que o discurso e as mudanças sejam reais. Quando uma marca adota um discurso mas não o pratica, fica fácil para os consumidores apontarem que falar é fácil, difícil é fazer o esperado.
Se você se interessou e está pensando em como melhorar sua estratégia de marketing, a Jahe Marketing está aqui para acompanhar o seu negócio em todo esse processo. Vamos conversar?
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