De acordo com a empresa de inteligência de mercado Statista, o Brasil possuía 165 milhões de pessoas nas redes sociais em 2022 e, até 2027, esse número deve chegar aos 188 milhões. Além de ser um dado bastante impressionante em relação à população brasileira (214 milhões), ele também coloca o país no top 5 de nações com maior uso de redes sociais, junto de Indonésia (4º), EUA (3º), Índia (2º), e China (1º).
O número mostra que as redes sociais se tornaram ferramenta praticamente obrigatória para qualquer tipo de atividade que envolva interação humana, desde relacionamentos até compras.
E ainda que em um primeiro momento seja difícil pensar em redes sem fugir das principais – Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, além dos apps de mensagem como WhatsApp e Telegram –, o surgimento e adoção de novos canais não para.
E o que pode parecer vibrante e sempre atual para os usuários também é capaz de elevar a complexidade para as marcas – que podem ter dificuldades de escolher onde estar e alcançar os resultados esperados. Adicione-se a isso o mistério que ainda ronda os algoritmos dos gigantes digitais – os parâmetros de funcionamento das plataformas que determinam que tipo de perfil e conteúdo terá mais impressões orgânicas.
Assim, estar presente no ambiente online é hoje uma alavanca importante (e fundamental) para os negócios, mas essa estratégia precisa, cada vez mais, ser bem desenvolvida, sob pena de que o esforço apenas gere gasto de energia e recursos.
Mas será que, para fazer uma marca crescer e chegar a mais pessoas, as empresas estão destinadas a lidar com essas grandes empresas de tecnologia, e suas redes onde “todo mundo está”?
Bem, a resposta é sim e não. De fato, para falar com um contingente muito grande, uma plataforma como o Instagram (1,3 bilhão de usuários no mundo, de acordo com a Statista) ainda parece o local ideal. Mas, ao mesmo tempo, o caminho para muitos negócios pode ser justamente o inverso. Redes menores, que reúnem públicos segmentados.
Em um artigo na Inc.com, Shama Hyder, CEO da Zen Media, uma agência de marketing e relações públicas B2B dos Estados Unidos comenta que as pessoas estão mudando de plataformas sociais amplas para redes de nicho, onde podem se conectar com públicos específicos e com ideias semelhantes. “Isso reduz o ruído, e permite que os usuários vejam o tipo de conteúdo com o qual desejam realmente interagir. As plataformas de nicho apresentam uma oportunidade significativa para as marcas criarem uma comunidade e venderem seus produtos para pessoas genuinamente interessadas”, diz ela.
Faz sentido, não? Uma dessas plataformas é justamente a niche.club, uma rede social que se dedica a conectar pessoas com interesses incomuns. Entre as comunidades da plataforma, estão “Sad Songs Club”, dedicada a compartilhar e discutir músicas tristes; “The Final Girls Club”, para fãs de filmes de terror com personagens femininas como protagonistas; “VHS Lovers Club”, voltada a colecionadores e entusiastas de fitas VHS; “Polaroid Paparazzi Club”, para amantes de fotografia instantânea e câmeras Polaroid; e “Crocs Appreciation Society”, para aqueles que amam os (polêmicos?) calçados Crocs.
Assim, podemos chegar a duas recomendações importantes na hora de montar uma estratégia de marca nas redes sociais:
- Atuar em uma ou poucas redes que tenham o perfil de sua audiência, de forma constante e ativa, é imprescindível;
- Também é crucial manter o olho aberto para, quem sabe, descobrir um novo canal repleto de clientes em potencial, ou que oferece a plataforma perfeita para que você aposte em um novo tipo de conteúdo, como vídeo, podcasts ou newsletters.
Sempre vale a pena experimentar, e de quebra, descobrir maneiras de não se tornar tão dependente de um ou outro algoritmo.
Para ajudar nessa tarefa, analisamos algumas redes sociais que fogem do comum e que podem auxiliar você e o seu negócio a pensarem em novas maneiras de trabalhar a comunicação com sua audiência.
BeReal – tem como principal atrativo um desafio para instigar os usuários a serem autênticos. Nada de filtro ou postagens super editadas. Todos os dias em um horário aleatório, o app dispara uma notificação dizendo que é hora de ser “real”. O usuário então tem dois minutos para tirar foto do que está fazendo. O aplicativo abre a câmera frontal e traseira do celular ao mesmo tempo, para que você mostre você e seus arredores, sem filtros ou edições adicionais. Pode valer a pena para companhias que queiram mostrar como são de verdade nos bastidores, ou o cotidiano dos colaboradores, por exemplo.
Reddit – existe desde 2005, e tem cerca de 50 milhões de usuários ativos, apesar de entrar pouco no radar das companhias e das estratégias de marketing. Tem um alcance bastante amplo entre um público mais jovem, e muitas das discussões e memes que posteriormente se espalham em outras redes surgem lá. O Reddit funciona como um grande portal de fóruns temáticos, os subreddits, e marcas conseguem inclusive investir em postagens promovidas. Mas o ouro mesmo dentro das comunidades é a geração de engajamento orgânico, ou seja, tópicos e subreddits que nascem pelo interesse dos consumidores na sua marca. No entanto, mesmo que você não tenha um planejamento específico para a rede, vale a pena entrar, ver como funciona e quais são os assuntos que estão liderando as paradas.
PolyWork – ainda pouco popular entre brasileiros, a premissa do PolyWork (de 2021) vale a pena ser conferida. A finalidade principal é a conexão profissional, assim como faz o LinkedIn, mas como um toque a mais. O PolyWork incentiva os usuários a acrescentarem, além de um trabalho principal, outras atividades paralelas, como trabalhos como freelancers, atividades artísticas, ou sinalizam que têm interesse em participar de podcasts, praticar trabalhos voluntários, se tornarem testadores de novos produtos e por aí vai. A rede pode se tornar uma opção interessante para conhecer perfis profissionais e observar a movimentação do mercado fora do país.
Yubo – voltada para a transmissão de vídeos ao vivo, existe desde 2015, mas durante a pandemia o seu uso por adolescentes entre 13 e 17 anos explodiu. Por conta disso, adotam uma política de segurança online meticulosa, inclusive separando o acesso ao app de adolescentes em relação aos perfis de adultos. A publicidade para este público é proibida no Brasil, mas a rede, que chegou a 2022 com 60 milhões de usuários, pode ser uma janela para uma audiência que estabelece cada vez mais as tendências de consumo: a geração Z (pessoas que nasceram da metade dos anos 1990 até 2010).
Capriche na sua estratégia digital, confira os dados sobre sua audiência em redes nas quais você já atua, e com base nisso, pense em quais canais podem atrair consumidores que têm a ver com seu negócio. Precisa de ajuda? Fale com a Jahe Marketing!
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