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Anúncios intrusivos e a comunicação que atrapalha: o que não fazer quando o assunto é marketing

Se você costuma pular os anúncios de um vídeo no YouTube, ou é do tipo que tira o som da TV quando chega a hora do comercial, deve saber que não está sozinho. Mais de oito em cada 10 consumidores preferem fugir da publicidade do que dedicar tempo e atenção a ela na TV e nos aplicativos de streaming.

É isso que aponta uma pesquisa divulgada pela Kantar, que mostra que a percepção negativa dos espectadores cresce à medida em que aumenta a quantidade de anúncios a que são expostos. Um artigo da versão norte-americana da Forbes, por exemplo, afirma que a estimativa é que “a maioria dos norte-americanos está exposta a cerca de 4 mil a 10 mil anúncios por dia”.

Se levarmos em consideração quão globalizado o consumo é atualmente, não é exagero pensar que a audiência brasileira circule por números semelhantes, e que em algum momento, passamos a filtrar o interessante daquilo que é irrelevante – ou pior, até mesmo irritante.

Voltando à pesquisa da Kantar, os principais motivos apontados pelos consumidores para a rejeição de anúncios ajudam a pintar este cenário: eles criticam a repetição (42%), a saturação (40%), o fator intrusivo da publicidade (25%) e a sensação de que as peças são tediosas e sem graça (22%).

O levantamento, contudo, mostra também o potencial dos anúncios quando são recebidos de maneira positiva pela audiência. Os espectadores impactados de maneira favorável são muito mais propensos a comprar – a incidência de produtos no carrinho de compras é 61% maior, 40% mais alta em lojas online e 27% em lojas físicas.

Mas como, em um universo no qual os consumidores são impactados por cada vez mais publicidade, chamar a atenção de maneira positiva? Para isso, os profissionais de marketing precisam ter atenção para que a mensagem correta chegue ao público correto, e na hora certa. Em outras palavras, é preciso contexto. Como assim?

É simples.

Digamos que você está assistindo um vídeo sobre lugares para se passar as férias no Nordeste brasileiro. Em um dado momento, surge um anúncio sobre investimentos em criptomoedas. A probabilidade de que essa propaganda seja inconveniente é muito maior do que uma chamada sobre promoções de hotéis.

Outro recurso de anúncios não intrusivos está ligado à liberdade de escolha: a possibilidade de parar um vídeo antes do final, fechar a janela onde está o anúncio ou apontar que aquele tipo de conteúdo não lhe interessa.

É claro que chegar a esse nível de aproveitamento de uma peça publicitária não acontece de uma hora para outra. Existem diversos fatores e algumas regras que ajudam as marcas a criar anúncios não intrusivos e mais atraentes para o público. Listamos alguns deles abaixo. Confira!

Considere os horários da audiência – o momento no qual sua marca vai aparecer para os consumidores é relevante para sua eficiência. Para definir boas faixas de horário para uma audiência específica é possível tomar como base as horas nas quais seus consumidores mais reagem a seus posts nas redes sociais. Redes como Instagram, Facebook e LinkedIn geram relatórios fáceis de compreender a partir do conteúdo publicado. No entanto, algumas linhas gerais também podem ajudar.

Conteúdos com perfil mais comercial podem ser liberados ao longo do dia, ao passo que materiais mais voltados ao entretenimento podem performar melhor ao fim do dia ou no começo da noite, quando a maioria das pessoas começa a se despedir da jornada de trabalho.

Escolha os canais adequados – Aqui no hub de conteúdo, você encontrará em diversos artigos uma verdade que consideramos absoluta: você não precisa estar em todos os canais digitais para fazer um bom trabalho no ambiente digital. No entanto, é crucial que atue bem naqueles nos quais seus clientes estão.

O LinkedIn é uma alternativa excelente para um negócio B2B. Já se o seu objetivo é atrair um público geral e mais amplo, o Instagram pode render bons resultados. Definir uma boa estratégia de redes é o primeiro passo para que seus anúncios não sejam intrusivos, e fazer com que eles estejam dialogando com as pessoas corretas. Outra alternativa são as newsletters utilizadas como e-mail marketing. Saiba mais sobre essa estratégia aqui.

Não engane com clickbait – Clickbaits, ou “iscas de clique”, estão em todo lugar na internet. São manchetes tendenciosas ou sensacionalistas, imagens que chamam a atenção sem conexão real com o conteúdo e promessas miraculosas.

Se sua oferta não condiz com a isca, você gerará frustração ao cliente e, como brinde, perda de reputação para sua marca. Ainda que seja menos intrusivo do que um vídeo que surge na hora errada, é uma péssima estratégia para marcas que buscam resultados sólidos ao longo do tempo.

Conteúdo patrocinado é mais integrado – também chamado de branded content – ou seja, literalmente conteúdo de marca – esse tipo de comunicação se integra ao formato no qual está inserida com parte do material editorial.

Por exemplo, um caderno especial sobre o Rock in Rio dentro de um jornal diário, um podcast sobre o desenvolvimento de medicamentos patrocinado por uma indústria farmacêutica, e por aí vai. A inserção de links patrocinados nos resultados de busca no Google também é uma estratégia válida, já que o anunciante só aparece a partir da pesquisa que o usuário faz, e o público é avisado de que aquele resultado surgiu a partir de um investimento da marca.

Importante lembrar: sempre deve haver informação de que o conteúdo é patrocinado, para que haja transparência entre companhia e consumidor.

Marketing de influência – influenciadores digitais, incluindo o universo dos microinfluenciadores (aqueles que têm até 100 mil seguidores), também são uma opção de parceria que pode gerar retorno comercial sem o incômodo dos anúncios intrusivos. Cada vez mais, marcas de diversos tamanhos utilizam essas parcerias para que seus produtos alcancem um público maior, já que os itens são apresentados de maneira natural, para uma audiência que tem interesse em consumir o material que esses profissionais criam.

O fato é que mesmo que um influenciador recomende um produto e os destinatários percebam que ela ou ele lucrem com essa atividade – identificar essas parcerias, aliás, essa é uma recomendação do Conar –, eles ainda podem reagir bem à “publi”, pois existe a percepção de que o creator também conhece e confia no produto.

Anúncios baseados em comportamento Graças às ferramentas de automação de marketing aliadas à inteligência artificial, é possível reunir informações sobre seu público e usá-las para criar campanhas direcionadas. Isso tem sido feito com cada vez mais eficiência. Você pode lembrar os clientes sobre carrinhos abandonados, ou distribuir conteúdo em newsletters para grupos mais relevantes. Atualmente, novas plataformas permitem a criação de conteúdo de maneira quase automática – por meio de IA –, para que texto e vídeos sejam elaborados com base no contexto da página do consumidor.

Existem diversas alternativas para que a relação entre marca e audiência não se torne, ao final de alguns anúncios, uma disputa de cabo de guerra.

Uma briga na qual seu negócio impede uma navegação agradável ao público e, do outro lado, essa mesma audiência transforma em desafio pessoal eliminar todos os vestígios da sua marca na tela.

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