No final de março de 2023, centenas de especialistas em inteligência artificial (IAs), empreendedores e cientistas assinaram uma carta pedindo uma pausa no desenvolvimento de IAs mais avançadas do que o já surpreendente modelo de linguagem GPT-4, criado pela OpenAI, responsável pelo lançamento do ChatGPT.
O avanço dessas ferramentas, em tão pouco tempo, já é tamanho que o debate sobre a possibilidade de que essas tecnologias possam tornar o trabalho humano obsoleto ganhou bastante destaque nos últimos meses.
A preocupação, que é natural com qualquer nova tecnologia que muda a maneira de pensarmos o trabalho, é válida. Basta pensarmos como é difícil enumerar alguma atividade econômica que já não esteja presente no mundo digital, e que em alguma medida, não seja influenciada por mecanismos de inteligência artificial. Mesmo que de forma menos aparente.
Um dos exemplos é a mídia programática, cujos primórdios datam da década de 1990, com o surgimento dos banners nas páginas de internet.
Desde então marcas de todos os setores têm se valido dessa tecnologia para, por exemplo, recomendar produtos e automatizar tarefas que são, ao mesmo tempo, rotineiras e simplesmente tediosas para os seres humanos.
Já estamos acostumados com chatbots e assistentes virtuais baseados em IA – desde o tempo em que eles de fato não funcionavam tão bem assim, ou possuíam um número muito limitado de habilidades para nos ajudar.
Contudo, o salto na evolução a partir das tecnologias como o GPT-4 fez com que a IA passasse a atender demandas de escala até então inimagináveis com naturalidade e eficiência, e de maneira única e altamente customizável.
O resultado é que diversas companhias já estão prometendo aos consumidores funções novas e surpreendentes. Listamos aqui algumas das mais interessantes. Veja abaixo!
Ajudinha extra
O motor de busca DuckDuckGo, o Snapchat, o Koo (concorrente indiano do Twitter) e a Shopify estão entre as companhias que anunciaram recentemente que oferecerão a tecnologia “GPT” de alguma forma em seus produtos.
No caso do DuckDuckGo e seu navegador de internet, cujo principal apelo é a privacidade, a empresa adicionou uma camada de IA nos resultados de pesquisa, o que faz com que ele ofereça ao usuário um resumo do que foi encontrado.
O rival do Twitter Koo agora oferece o ChatGPT como um “assistente de redação” para auxiliar seus usuários a escrever seus microposts.
Já a rede social SnapChat oferece as funções do ChatGPT no topo da aba de bate-papo. O “My AI” ajuda a responder perguntas sobre curiosidades e cumprir tarefas que já se tornaram sucesso com os usuários, como escrever poemas imitando autores famosos, por exemplo.
No segmento de compras, a Instacart anunciou recentemente que a empresa deve instalar o ChatGPT em seu app de entregas de supermercados em algum momento deste ano. “Pergunte ao Instacart” ajudará os clientes a ter ideias para cozinhar e a colocá-las em prática: o usuário pode, por exemplo, pedir uma receita para fazer torta de limão e, em seguida, obter uma lista de compras completa para ela.
Já o app de aprendizado Duolingo fez uma parceria com a OpenAI para tornar mais fácil para os usuários aprenderem novas línguas. Os assinantes do serviço Duolingo Max podem usar dois novos recursos orientados por IA: “Explain My Answer” (explique minha resposta) e “Roleplay” (interpretação de papéis), este último, uma simulação no qual é possível conversar com a IA como se esta fosse uma pessoa real falante da língua a ser aprendida.
O mundo da moda também tem se valido desse tipo de tecnologia para criar imagens totalmente virtuais, ainda que alinhadas com o que se parece nas lojas. A marca de fast fashion Stradivarius acaba de publicar sua primeira campanha gerada totalmente por inteligência artificial. São “fotografias” que apresentam roupas inexistentes trajadas por modelos virtuais. No entanto, o conceito floral da campanha é uma referência à coleção física da marca, que pode ser encontrada nas lojas da Stradivarius.
O que isso significa para o meu negócio?
Longe dos orçamentos milionários de grandes multinacionais, os negócios menores também podem utilizar ferramentas digitais para obter insights, aumentar a satisfação dos clientes e aumentar a produtividade. Mesmo que elas não tenham a mesma desenvoltura verbal dos atuais geradores de texto.
Por exemplo: a mera inclusão de assistentes virtuais como Siri, Alexa ou Assistente Google na agenda de empresas já têm o potencial de melhorar a organização diária. A Microsoft também lançou recentemente o Copilot, uma espécie de assistente embutido no Outlook, e que ajuda na produtividade e organização de tarefas.
Até chatbots que funcionam com plataformas mais simples do que inteligências artificiais possuem atualmente custos acessíveis para empresas de variados tamanhos. Existem planos para WhatsApp ou Facebook que custam cerca de R$ 500, por exemplo.
Por fim, podemos dizer com alguma segurança que para o mundo do marketing esta é uma evolução na jornada dos consumidores. Mas os clientes continuarão demandando das empresas transparência nessa relação comercial, e produtos e serviços de qualidade.
Se o caminho rumo ao emprego da IA em nossos negócios é inevitável, então devemos pensar agora como é que desenharemos essa primeira pegada. Digitalizar com pressa todas as experiências do cliente não é uma boa opção, até porque já aprendemos que essas ferramentas fazem muito, mas não fazem tudo e nem o operam de maneira perfeita.
É crucial voltarmos às primeiras lições de casa do marketing. Conhecemos bem nossos clientes e a nossa audiência? Quais pessoas estão mais abertas a interagirem com esse tipo de ferramenta?
Quanto mais avançamos, mais temos a certeza de que as inteligências artificiais devem existir para o bem-estar dos seres humanos, e no campo da comunicação comercial, deveriam ser utilizadas para facilitar o relacionamento das marcas com os consumidores.
Não importa como será este primeiro passo, o importante é adotar a filosofia “devagar e sempre”. E, se tem dúvidas de por onde começar, a Jahe Marketing pode ajudar!
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