O sinal já havia sido dado ao longo de 2022: os consumidores estão pesquisando mais e gastando menos, motivados pela inflação crescente em todo o mundo.

No Brasil, não foi diferente. Em uma pesquisa da consultoria Kantar divulgada no início de 2023, o cenário foi traçado sem deixar espaço para dúvida. De setembro de 2021 até setembro de 2022, os bens de consumo massivo (que incluem alimentos, bebidas, artigos de limpeza e higiene) ficaram 15% mais caros e, ao mesmo tempo, sofreram diminuição de 1,9% em unidades vendidas. O levantamento foi publicado pela Mercado e Consumo.

Ou seja, estamos comprando menos e gastando mais.

Outro dado: a consultoria Delloite aponta que os consumidores também estão mais ansiosos com despesas pessoais. Em uma pesquisa apresentada no Valor Econômico em dezembro de 2022, 54% dizem não ter dinheiro sobrando no final do mês após o pagamento de despesas.

E a tendência não é apenas vista no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, oito em cada 10 pessoas acreditam que 2023 será um ano de dificuldades econômicas, e quase dois terços (65%) acham que os preços ainda subirão de forma acentuada.

Para as marcas, esse cenário impõe alguns desafios na hoje de traçar suas estratégias para o período — mas não há motivo para pânico. O consumidor está pesquisando mais, e levando em conta diversas variáveis até se decidir por aquilo que vai além do básico. Nesse cenário, é preciso, mais do que nunca, se destacar da concorrência e mostrar o valor agregado ao seu produto ou serviço.

Por aqui, separamos dicas para que seu negócio esteja mais próximo do consumidor em um momento em que ele está mais consciente de que o dinheiro está contado. Siga com a gente!

A primeira lição que podemos tirar desse cenário é o fato de que, se o comprador está buscando os produtos em diferentes canais, pois pesquisa mais antes de comprar, é necessário estar em mais de um dos caminhos desta jornada.

Assim, além de ter seu próprio site (imperativo nos dias atuais), pode valer a pena ampliar a distribuição de seus produtos. Alguns jeitos de fazer isso podem incluir estar presente em marketplaces, redes de supermercado ou apostar em mídia programática para ampliar o alcance da sua marca.

A qualidade também importa cada vez mais, pois os produtos têm de durar mais, ou representar algo a mais para os consumidores. E quando falamos em “representar” estamos falando da reputação e confiança.

É aí que manter uma presença online e criar autoridade em um assunto pode fazer toda diferença. Ao oferecer informação e orientação, as marcas podem ajudar os consumidores a fazer melhores escolhas. Leia aqui neste nosso artigo como trabalhar esses elementos.

Esses conteúdos podem envolver receitas que levam um produto que está sendo vendido, dicas sobre como economizar ou valorizando a história da empresa ou daquele item específico.

Um outro elemento a ser avaliado em tempos nos quais o consumidor pensa mais antes de gastar é o direcionamento em relação ao público-alvo. Rever estratégias e mudar o tom da sua empresa nos ambientes online e offline pode ser uma solução para ampliar sua audiência, ou migrar para outro tipo de público que, no momento, pode estar mais sintonizado com seu produto.

Aliás, de acordo com dados publicados no blog da MailChimp, ferramenta de email marketing, mais de 85% dos consumidores procuram um mix entre a experiência digital e a analógica com as marcas, e 68% estão mais propensos a gastar mais com uma marca que usa essa combinação para tratá-los como pessoas únicas (o que todos nós somos, afinal de contas!).

E se um dos segredos é se destacar na multidão, confira essas dicas para que o seu produto esteja em evidência:

Ofereça aquele “algo a mais” – o consumidor dará preferência irá ao seu negócio se você puder oferecer algo extra para quem está pensando se conclui a compra ou não. Pode ser um brinde, 10% extra de desconto na próxima compra, uma possibilidade de customizar o produto. Se for possível adicionar algo no qual o consumidor enxerga valor adicional, você já estará à frente.

Considere entrar no mercado de usados e seminovos – esse segmento tem crescido bastante, e, se for compatível como seu tipo de negócio, pode ser uma grande alternativa para aumentar as vendas. A onda do “upcycling” tem mudado inclusive o panorama da moda, como já comentamos aqui no hub de conteúdo.

No balcão ou no e-commerce, seja transparente e forneça informações detalhadas – qualquer negócio há de admitir que a concorrência é dura, e não há dúvidas de que o consumidor dará preferências para aquele que conhecer melhor o produto que está vendendo, e apresentar informações claras. Isso inclui a garantia, o atendimento pós-compra e as informações técnicas dos itens.

“Você precisa disso!” – mencione benefícios e funcionalidades concretas do produto. Para isso, vale a pena caprichar na apresentação do produto ou serviço, desde o visual de um site até a maneira como ele é apresentado pelo atendimento. Mesmo que não se trate de um item primordial para o cotidiano, as pessoas também buscam conforto ou conveniência. Outra opção que também ajuda a converter vendas é o relato de clientes que aprovam sua marca.

Acessível e atento – um cliente insatisfeito que não consegue falar com sua empresa é muito pior do que um cliente infeliz com o qual você está em contato. Para além das experiências ruins, que podem acontecer, o feedback do consumidor é sempre muito valioso para o seu negócio. Mantenha uma escuta ativa nas redes sociais, lembrando-se sempre de que você não precisa estar em todas elas, mas tem de estar bem naquelas com que decidir trabalhar. Um atendimento ágil e uma boa resolução de problemas aumenta a confiança das pessoas na sua marca, e faz a balança da boa compra pender para o seu lado mesmo em momentos mais desafiadores.

No final das contas, e independentemente do momento econômico, os clientes continuam a ser pessoas em busca de produtos que valham o dinheiro gasto. Momentos nos quais é mais difícil vender também podem se tornar janelas para a aquisição dos clientes mais fiéis.

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