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Os grandes eventos voltaram! Mas o que mudou?

Após crescer continuamente por anos, o setor de eventos sofreu um duro golpe com o surgimento da pandemia de covid-19.

Para não darmos margem à suposição: entre 2013 e 2019, o segmento de eventos cresceu cerca de 6,5% ao ano, de acordo com o estudo Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos do Brasil (Associação Brasileira de Eventos – Abeoc/Universidade Federal Fluminense/Sebrae).

Então, com todas as dificuldades impostas pela pandemia em 2020, as luzes dos pavilhões, parques, casas de shows e arenas multiuso se apagaram. Sem previsão certa de quando voltariam a receber visitantes. O Sebrae estimou à época que, em março de 2020, o setor de eventos teve mais de 90% das suas atividades afetadas pelo isolamento social.

O resto da história, você provavelmente já sabe: grande parte dos encontros presenciais foi interrompida, e quase que da noite para o dia, tiveram de ser remanejados para o ambiente digital (ou completamente suspensos).

Passamos pela temporada de lives, alternativa que supriu em parte a necessidade das marcas de se fazerem presentes, bem como a conexão da indústria do entretenimento com o público. Mas ainda restava a dúvida: quando tudo isso passar, será que voltaremos a ter eventos de grande porte?

Hoje, com o uso de máscaras e o avanço da vacinação, sabemos que a resposta é sim. Mas não sem alterações e adaptações para garantir a tranquilidade de quem estava ansioso para voltar a trabalhar normalmente, se divertir, fazer negócios ou divulgar melhor sua marca.

Como todo esse período marcou, e está alterando a maneira de se fazer eventos ao vivo? Quais mudanças ficaram conosco, junto da flexibilização do espaço de trabalho e do home-office, que surgiu para tantos dentro da rotina diária?

É impossível pensar sobre isso sem passarmos pelos eventos híbridos, que já foram adotados por algumas das principais bandeiras de festivais, encontros de negócio e conteúdos.

Em 2021, a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, por exemplo, teve sessões online junto do encontro presencial – com medidas sanitárias devidamente adotadas. A feira, que é um dos principais encontros literários do Brasil, teve recorde de público. Fora do Brasil, até mesmo o Oscar apostou em um formato inédito, misturando apresentações online e ambientes ao ar livre.

Agora, em 2022, com a população amplamente vacinada, outros grandes eventos continuaram a apostar na flexibilidade. O South by Southwest (SXSW), megafestival de inovação que acontece nos EUA, por exemplo, retornou ao mundo real, mas com alternativas para que fosse possível participar de forma remota. O mesmo fez o CES, um dos maiores eventos de tecnologia voltada ao consumidor final do mundo, que optou em oferecer uma alternativa online para aqueles que não puderam (ou não desejaram) participar da parte presencial do evento.

De volta ao Brasil, o Rock In Rio 2022, que acontece de 2 a 11 de setembro, vai oferecer, como parte da sua Rock In Rio Academy (série de palestras de negócio e empreendedorismo) um acesso à distância para assistir aos painéis, apostando – ainda que timidamente –, em uma espécie de modelo híbrido para esse produto à parte.

Mas afinal de contas, o que define um evento como híbrido?
Um evento em formato híbrido pode significar diferentes possibilidades. Mas, de forma geral, trata-se de um produto no qual os organizadores permitem que pelo menos parte do conteúdo possa ser acessado de forma online.

Em uma feira de negócios, por exemplo, isso pode significar um acesso exclusivo a executivos C-level para a porção presencial do evento. E, para um público mais amplo, acesso a painéis e debates a partir de uma plataforma online.

Também são interessantes projetos que misturem os ambientes. Um exemplo é a gravação de um podcast durante a feira, com os convidados especiais do evento, que possa ser universalmente acessada depois dele – ou comercializado por assinatura a quem não pôde comparecer.

No ambiente das marcas e dos negócios, é importante pensar em qual público se deseja atingir com um projeto de evento ou patrocínio, e quais as formas de comercializar esse produto. Assim, o surgimento dos eventos híbridos passa a significar, também, uma opção a mais de comercializar o evento em si, ou a exposição de uma marca dentro deste produto.

Você deseja estar no espaço físico, virtual, ou em ambos? Já parou para pensar nisso?

Agora, pense também em:

Qual é a razão do evento existir?
Qual o público-alvo desse evento?
O cerne do evento é a exposição?
A exposição caberia em um ambiente virtual?

Não há dúvidas de que esse tipo de “dobradinha” chegou para ficar. Ela permite que pessoas, por um ou outro motivo impossibilitadas de se fazerem presentes, absorvam um conteúdo que as interessa. E provavelmente estão dispostas a pagar por isso.

Ainda observaremos a atenção às garantias de segurança sanitária, comprovantes de vacinação e olhar atento a detalhes como a ventilação de grandes ambientes.

É possível, dessa forma, que empresas ou departamentos exclusivos para certificações sanitárias se firmem como necessidade, trabalhando em conjunto com organização e marketing para incentivar a participação.

Dessa forma, itens como a flexibilidade e segmentação da audiência nunca foram tão importantes. E a tecnologia tem um papel decisivo nesse universo, tanto para se comunicar quanto para vender o conteúdo que apenas você tem.

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