A atenção ao meio ambiente tornou-se um assunto incontornável. Ele está presente independentemente do ramo em que você trabalha, e também faz parte de nossas vidas pessoais. É necessário consumir e produzir reduzindo os impactos ambientais – e, sempre que possível, elevando os impactos positivos na sociedade.
Esse movimento, agora conhecido de maneira mais ampla como ESG (sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança nas empresas), vem ganhando a atenção dos negócios de todos os portes no Brasil e no mundo.
E as mudanças não ficam restritas às atividades operacionais. Basta uma rápida visita ao supermercado, ou até mesmo à dispensa da sua casa, para notar que as marcas estão cada vez mais preocupadas em informar seus consumidores sobre suas ações de sustentabilidade ou rumo ao comércio justo. Este último, vale dizer, é uma filosofia de compra e venda de produtos nos quais pequenos produtores agroecológicos são priorizados na hora de fornecer a grandes cadeias, que se comprometem a pagar preços justos por essa produção.
Por que essa comunicação é importante? Porque essas medidas impactam a forma como consumimos e que marcas escolhemos na hora de comprar. Por exemplo, um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) apontou que 87% da população brasileira dá preferência a produtos e serviços sustentáveis, e 70% dos entrevistados não se importam de pagar um pouco a mais por isso.
E, se repararmos bem, veremos que companhias fortemente comprometidas com causas ambientais e sociais têm uma reputação melhor entre funcionários, entre os parceiros e entre os consumidores. Ou seja, têm mais credibilidade.
A maneira como essas ações serão comunicadas ao mundo para que tenham seu impacto maximizado já tem nome: é o marketing verde. Embora a estratégia esteja baseada nos pilares básicos do marketing convencional, ela possui algumas peculiaridades. Neste artigo, vamos falar um pouco sobre ela e dar dicas de como ser bem-sucedido. Siga com a gente!
Por onde começo?
Para responder a essa pergunta, é mais fácil dizer por onde NÃO começar: pelo marketing. O que queremos dizer com isso? Que, para comunicar da melhor maneira possível as ações do seu negócio voltadas à sustentabilidade, é preciso primeiro desenvolvê-las.
Já falamos no hub de conteúdo sobre como é importante praticar a causa em que acredita. Anunciar que sua empresa se preocupa com os impactos ambientais ou sociais de suas atividades sem tomar ações concretas causará, mais cedo ou mais tarde, uma crise de credibilidade.
E crise é o oposto do que queremos, não é?
Ainda assim, não é necessário começar com ações grandiosas. É possível dar passos pequenos, que vão se expandindo em forma de uma onda positiva. Além de tornar uma estratégia nova de marketing viável, são práticas que passam a gerar economia para a empresa, diminuindo custos e permitindo práticas que tornam o ambiente de trabalho mais saudável.
Uma delas pode até parecer óbvia, mas talvez você não tenha criado uma estratégia consciente para diminuir o uso de papel.
O processo de digitalização de documentos e o emprego de sistema de nuvem para armazenar arquivos são atitudes que reduzem o desperdício de recursos. E tudo que vem com ele como pacotes de plásticos, clipes e grampos, pastas, canetas, entre outros.
Outras atitudes são a revisão do consumo e desperdício de água na linha de produção, e a criação de produtos cuja durabilidade é maior. Itens que duram mais não precisam ser trocados por novos com frequência, mas certamente precisam de acessórios e manutenção – o que gera novas oportunidades de negócio.
O mais importante é que as mudanças sejam reais. Quando uma marca adota um discurso sustentável, mas não o pratica, ela é acusada de praticar greenwashing que, em tradução livre, significa que a empresa está “se pintando de verde”, quando não é. O termo também é adotado quando, apesar de tomar algumas atitudes ecologicamente corretas, o impacto ambiental causado ainda é maior do que as medidas de atenuação.
Como provar que minha empresa é verde?
Empresas que consideram ter atingido um bom nível de maturidade ambiental e social podem pleitear selos de sustentabilidade emitidos por entidades que conferem se as estratégias adotadas são de fato praticadas pelas companhias.
Um deles é o Sistema B. De acordo com a entidade, a análise das companhias é realizada em cinco áreas: Governança, Trabalhadores, Clientes, Comunidade e Meio Ambiente. Para fazer a avaliação, ela utiliza uma ferramenta gratuita e on-line, que permite analisar e acompanhar a evolução da performance da sua empresa de acordo com os padrões de desempenho e impacto positivo reconhecidos pelo mercado.
Quero histórias para me inspirar.
Nós temos! A 100% Amazônia (PA), por exemplo, promove compra e venda de produtos não-madeireiros da região, estimulando o comércio de produtores locais e o extrativismo não predatório. É um exemplo de comércio equitável.
A Tia Sônia (BA) é uma marca de alimentos. A empresa possui indicadores socioambientais como doação de porcentagem da receita em relação ao faturamento – em dinheiro e em alimentos – medição de consumo de energia com geração de energia solar, monitoramento de geração de resíduos. Também monitora a quantidade de compras de fornecedores em vulnerabilidade social, a quantidade de compras de comércios locais, entre outros.
A Daterra (MG) é uma empresa que comercializa café não torrado. Para além da atividade-chave, pesquisa, testa e desenvolve práticas agrícolas sustentáveis. Todos os funcionários (cerca de 400) recebem participação nos lucros. A empresa também oferece programas de formação de professores e desenvolvimento de jovens protagonistas na cidade de Patrocínio. Toda a produção (cerca de 90 mil sacas) é certificada pela Rainforest Alliance.
Se você se inspirou, o próximo passo é conversar com o seu time para mapear oportunidades de tornar o seu negócio mais responsável social e ambientalmente. Mas não se esqueça: o melhor jeito de começar é adotando pequenos passos.
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