Já é um clichê: a tecnologia tem transformado todos os setores e mudado a maneira como consumimos. Seja pela quantidade de informações disponíveis hoje – ou pela facilidade trazida por soluções digitais ao nosso dia a dia, as decisões de compra passaram a levar em consideração fatores que vão muito além da necessidade.
Essas mudanças requerem, naturalmente, algumas adaptações por parte das empresas, de maneira a tornar o processo de aquisição de produtos e serviços mais atraente e menos complexo.
Além disso, como já falamos por aqui, os consumidores passaram a priorizar empresas que tenham uma visão de mundo semelhante à sua.
E, diante dessas novas necessidades, um dos conceitos mais tradicionais do varejo, o ponto de venda (ou PDV), está passando por um processo de reinvenção. Companhias no mundo todo investindo na evolução desse modelo para o chamado PDX, ou ponto de experiência.
São ambientes nos quais o público tem um contato mais interativo e inteligente com as marcas, e uma oportunidade de reunir tendências e demandas do consumidor. Geralmente, esses espaços agregam ao mix de ofertas físicas as facilidades do mundo conectado. E, em vez de somente disponibilizar o produto, mostram como ele pode facilitar ou melhorar a vida do público.
A Adyen, plataforma de pagamentos, encomendou uma pesquisa à 451 Research, em 2018. Entre os resultados está o apontamento de que experiência, e não o preço mais baixo, é o que faz com que as pessoas comprem mais. A pesquisa levou em consideração mil compradores nos Estados Unidos. O que os entrevistados desejavam? Rapidez, facilidade, e zero empecilhos na experiência de compra.
O levantamento aponta outros dois dados bastante relevantes: os varejistas norte-americanos perdem US$ 37,7 bilhões por ano por conta de filas demoradas na hora de pagar, e mais US$ 1,1 bilhão em vendas potenciais por não oferecerem o meio de pagamento preferido do cliente.
Para criar uma experiência inesquecível aos consumidores, no entanto, não é preciso apenas de avanços tecnológicos; há ótimas inspirações ligadas apenas à aplicação de boas ideias que tenham a ver com o seu produto.
Para entender melhor a transformação do PDV em PDX e ajudar a sua marca a se atualizar, reunimos a seguir tendências bastante interessantes nesse mercado. Vem com a gente!
Pegue e saia
Just Walk Out, ou, “apenas vá embora”. Esse é o nome da tecnologia aplicada nas lojas Amazon Go, da gigante do varejo Amazon. Nessas lojas, não há caixa – a inteligência artificial reconhece quais itens foram retirados das prateleiras, utilizando dezenas de sensores e câmeras. O cliente é cobrado quando está prestes a sair da loja, quando deve usar o app da Amazon no celular.
Atualmente, são 29 unidades nos Estados Unidos e no Reino Unido – a primeira foi aberta em 2018. O modelo reforça a estratégia da empresa de oferecer alta tecnologia para os clientes efetuarem compras e contratarem serviços rapidamente, em todos os seus canais.
É claro que são poucas as empresas hoje que dispõem de ferramentas para implementar este tipo de operação em seus pontos de venda. O exemplo, contudo, deve ser utilizado para que você reflita: quais são os gargalos do seu negócio? E o que é possível fazer para diminuir o tempo de espera do cliente e facilitar o pagamento?
Venha e teste
Além disso, agilizar transações não é a única maneira de caminhar rumo ao conceito de ponto de experiência. Se a interação for verdadeiramente atraente, é possível inverter a lógica e fazer com que o consumidor queira passar mais tempo com você.
Uma das marcas mais reconhecidas no mundo, a Nike talvez não precisasse de uma loja de cinco andares para despertar desejo de consumo nos seus fãs. Mas foi o que ela fez com a loja localizada no bairro do Soho, em Nova York (EUA).
São mais de 5 mil metros quadrados que incluem três zonas de teste à disposição dos clientes: quadra de basquete, esteiras para corrida e um campo de grama sintética para futebol. Além disso, é possível customizar os itens de acordo com o gosto do freguês.
Pensar em maneiras criativas para que seus potenciais consumidores se engajem com o seu produto e o experimentem, portanto, pode fazer muita diferença na hora da decisão de compra. Opções de customização, para criar a sensação de se estar adquirindo algo único, também são bastante atrativas.
Entre e fique
Transformar a experiência dos clientes que precisam ir às suas lojas foi o que levou a operadora Vivo a transformar completamente seus pontos de venda em capitais como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os novos espaços-conceito misturam o tradicional atendimento a uma área de coworking, com computadores e tablets à disposição dos consumidores, e à degustação de produtos e serviços da companhia – tudo isso em meio a uma decoração descolada e high-tech. Tijolo, cimento queimado, aço e madeira de reflorestamento dão o tom das melhores práticas sustentáveis, parte dos valores atuais da companhia.
O modelo torna agradável uma situação por vezes tediosa ou burocrática, como resolver um problema em sua linha de telefone, além de tornar mais evidentes os princípios da marca – e, de quebra, ainda pode render novas vendas.
Uma ajudinha
Na busca por transformar seus pontos de venda em pontos de experiência, alguns negócios podem contar com a ajuda de seus fornecedores ou parceiros. É o caso da Danone, que vem utilizando tecnologias digitais como a computação em nuvem e big data para ajudar os varejistas a posicionar melhor seus produtos nas lojas.
O Danone GC é grátis e utiliza informações obtidas com parceiros, em filiais e estudos com o objetivo de melhorar a organização nas gôndolas. As orientações são personalizadas e levam em conta informações como tamanho da loja e das prateleiras.
Outras inspirações
Para além dos exemplos de outras companhias, algumas tendências que já vemos espalhadas por diversos setores podem servir de inspiração na transformação do seu negócio.
Aquela dúvida simples que muita gente tem pode ser esclarecida, por exemplo, por um Chatbot – plataformas, ou “robôs” que simulam uma conversa natural entre duas pessoas. Você pode aplicá-las em redes sociais ou aplicativos de conversa, como o WhatsApp. Elas também podem sugerir produtos ou serviços em seu e-commerce, com base no que o cliente está procurando.
Outra ferramenta interessante é a pesquisa visual. O cliente faz upload do tipo de produto que está pesquisando, e a plataforma encontra correspondências com base em cor, formatos e padrões. Esse tipo de ferramenta deve ganhar mais usuários em um futuro próximo.
Companhias já começaram a utilizar também plataformas para que os consumidores possam provar roupas virtualmente. Com base em algoritmos e outras ferramentas de inteligência artificial, é possível ter uma experiência de compra completa, sem a necessidade de se dirigir à loja. A startup brasileira Triner tem um serviço nesses moldes.
No mundo, diversas marcas já instalaram provadores virtuais também dentro das lojas, marcas como Levi’s, Gap, Old Navy entre outras, em meio às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus.
Ideias, portanto, não faltam! Agora, sugerimos que você reúna as tendências que mais o interessaram (e que têm a ver com as possibilidades oferecidas pelo seu negócio) e comece a pensar em como transformar a experiência de seus consumidores.
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