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Policrise, comunidades, ‘nunca normal’: o que os caçadores de tendências preveem para os negócios até 2025?

Não é segredo para ninguém que, a cada ano que passa, a tecnologia toma cada vez mais espaço nas empresas de qualquer ramo. A dimensão é tamanha que alguns especialistas passaram a dizer que, se sua marca não está online, praticamente não existe para a grande maioria dos consumidores.

Mas, para além da importância de um perfil no Google Maps ou de um e-commerce para a visibilidade de um negócio, existem outros temas que têm norteado a sobrevivência de marcas e de boas ideias.

Por aqui, mapeamos alguns tópicos que, embora sejam abordados com menor frequência, devem fazer a diferença na gestão de vendas e marketing daqui até 2025. Saiba quais são e por que você deveria ficar ligado!

A ideia de policrise
No comecinho de 2023, a consultoria WGSN apresentou um relatório chamado Future Drivers 2025, com algumas das tendências que devem influenciar os negócios nos próximos anos. Um dos detalhes mais interessantes do relatório é que ele vai um pouco além de temas que são discutidos com alguma recorrência nesse tipo de trabalho.

Um deles é a policrise, um termo que tenta englobar a ideia de que, hoje, enfrentamos coletivamente uma série de desafios de âmbito global ou regional de forma nunca vista – como as dificuldades trazidas pela pandemia, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a inflação generalizada. É tanta coisa que alguns executivos passaram a utilizar a expressão “nunca normal” para se referir ao contexto atual – uma referência a termos como “o novo normal”, que surgiu após a Covid-19.

A verdade é que as tensões acumuladas com esses acontecimentos geram apreensão. Os consumidores têm buscado principalmente obter aquilo que é essencial, e por um preço que podem pagar. Para as marcas, fica o desafio de se destacar da concorrência e provar que seu produto é necessário.

Cultura digital descentralizada
Esse é um outro ponto abordado pela WGSN como tendência nos próximos anos. Em outras palavras, os interesses de nicho devem se tornar cada vez mais importantes e, com eles, a ação de microinfluenciadores.

Para se ter uma ideia de como isso já está acontecendo, vale a pena folhear este levantamento (Verizon, 2022), que aponta que 91% dos jovens de 18 a 25 nos Estados Unidos acreditam que não existe mais uma única cultura pop mainstream. Ou seja, mesmo aquilo que é amplamente consumido se divide em diversos nichos.

E, para a WGSN, em dois anos, essa será a norma, impulsionada pela geração Z (aqueles nascidos entre o fim da década de 1990 e 2010). Não à toa o termo “microcelebridade de nicho” virou uma realidade onde? Nele mesmo, o TikTok, plataforma adotada por grande parte desses jovens.

Já a nova rede social Niche leva essa ideia ao pé da letra, e permite aos usuários criar comunidades baseadas em interesses bem específicos, como “a galera do Lego na cidade de Sandhill”, “fãs de sorvete no Brooklyn”, “colecionadores de kombucha”, “fãs de Star Wars em Atlanta”, “a liga da paquera em Pequim”, ou “clube do pão caseiro do Reino Unido” (todos esses nomes foram extraídos do site).

Como é possível aproveitar isso em uma estratégia de comunicação de marca? Empresas com um planejamento sólido podem se valer de todo esse potencial para conversar com os consumidores respeitando seus interesses e suas linguagens. Basta pensar que mesmo na Niche, fãs de marcas (Star Wars, Lego) estão interagindo e trocando ideias sobre os produtos.

No hub de conteúdo da Jahe Marketing, abordamos um pouco desse universo ao falar do Discord e Twitch, duas redes que surgiram com o intuito de reunir gamers, mas que criaram nichos para diversos assuntos.

Democratização tecnológica
A Gartner, uma das mais respeitadas consultorias de tecnologia do mundo, também apontou algumas tendências que devem impactar negócios até 2025. Uma delas é a ideia de democratização da tecnologia. Para a Gartner, profissionais que não trabalham em TI poderão, cada vez mais, implementar e adequar tecnologias digitais no trabalho.

A empresa prevê que, até 2025, 55% de todas as soluções de tecnologia bem-sucedidas criadas por eles serão entregues a clientes “não tradicionais” – ou seja, fora dos quadros de TI.

De certa forma, isso já está acontecendo com ferramentas como o Chat GPT, que além de inovador, vem causando polêmica sobre os limites da inteligência artificial. Um dos motivos é que profissionais de todos os setores e estudantes vêm interagindo e trabalhando com o algoritmo e obtendo materiais convincentes – a ponto de se parecerem com aqueles feitos pelos seres humanos.

A verdade é que, embora a inteligência artificial e os algoritmos possam parecer recursos um pouco assustadores, se bem utilizados, podem oferecer eficiência e agilidade a negócios e atividades aparentemente distantes do mundo digital. Pense em um aplicativo que ajuda a monitorar estoques, ou um chatbot que consegue anotar pedidos para sua empresa.

Com tanta coisa acontecendo, não é difícil acreditar que 2025 chegará rapidamente. E ao que parece, a principal capacidade para se preparar para o futuro é a adaptação.

As marcas precisam aprender a interagir com o consumidor que se adapta cada vez mais rapidamente a ferramentas digitais que parecem oferecer possibilidades infinitas. Apesar da vertigem que o mundo digitalizado pode causar, o objetivo continua a ser criar produtos e narrativas que tenham apelo ao consumidor.

De volta ao começo
Foi em maio de 2022 que Dave Garrett, especialista em gerenciamento de projetos e CEO da ProjectManager.com, cunhou em um texto na Entrepreneur.com o termo “nunca normal”.

O que ele deixa de recado também é uma lição que pode ajudar a nortear negócios daqui para o futuro: “Viver no ‘nunca normal’ significa estar em um estado de ambiguidade, algo a que empreendedores estão muito acostumados. Com os altos e baixos e redemoinhos de mudança que envolvem a maioria desses empresários, possuir tolerância para a ambiguidade é algo necessário”.

E você, já está acostumado com o cenário de mudança permanente?

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