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O que os gamers brasileiros esperam das marcas no universo digital?

A cada dez brasileiros, sete dizem ter como costume se divertir com jogos eletrônicos, e a maioria dessas pessoas (mais de 51%), diz que o smartphone é a plataforma que utilizam para se distrair. Os números, apontados pela Pesquisa Game Brasil em 2023, mostram que o espaço para marcas se conectarem com esse público continua grande, depois do aumento da popularidade dos jogos digitais observado durante a pandemia de Covid-19 e o distanciamento social.

Abaixo da liderança dos smartphones, consoles – como o PlayStation e o XBox, e computadores ficam praticamente empatados em segundo lugar, com 20,5% e 19,4%, enquanto 8,4% utilizam outros equipamentos, a exemplo de smart TVs, smartwatches e outros dispositivos para jogar.

Agora, uma nova pesquisa da agência digital Live e da empresa de pesquisa Talk mostra que, se depender da vontade dos jogadores, as marcas terão papel cada vez mais ativo nesse universo. É o que diz o estudo “Mundo Infinito dos Gamers”, que revela algumas opiniões em relação às marcas que colocam em suas estratégias os gamers e sua audiência.

A pesquisa entrevistou 1.597 brasileiros, das classes A, B, C e D, entre 16 e 50 anos, que jogam (64%), já jogaram e não jogam mais (28%) e que nunca jogaram (8%). Logo de cara, a principal lição é que existe espaço para as marcas crescerem nesse mercado.

Por exemplo:

  • 66% dos jogadores acreditam que as marcas deveriam apoiar streamers (que narram e transmitem partidos online) e criadores de conteúdo;
  • 65% dizem que as marcas deveriam patrocinar gamers profissionais;
  • 64% esperam que as marcas apoiem canais e programas de conteúdo gamer.

Esses números evidenciam que é possível realizar investimentos de publicidade sem necessariamente criar grandes estruturas de presença digital. O patrocínio em podcasts e canais do YouTube, por exemplo, são duas alternativas para fazer sua marca crescer dentro desse universo.

O mais importante aqui é o fato de que os fãs de jogos digitais estão dispostos a ver em seus conteúdos companhias que estão comprometidas em ajudar esse ecossistema a crescer.

Em outras palavras, agir, para além de criar uma promessa.

Saber falar a linguagem dessa comunidade ajuda

Assim como outras comunidades ou categorias profissionais, esse público tem seus códigos próprios, como termos e gírias. E as companhias devem considerar essa característica na hora de planejar uma comunicação. Lembrando sempre que pesquisa é fundamental para criar uma campanha que tenha legitimidade.

Apresentar uma peça publicitária com algo que soe forçado ou falso é pior do que não utilizar termo algum que faça menção a uma comunidade ou um jogo.

Nessa hora, se aliar a um influencer ou companhia já conhecida desse público é uma ótima ideia. A parceria com criadores de conteúdo, influencers, sites de notícias do mundo dos jogos digitais e jornalistas que cobrem esse universo cria mais legitimidade da sua empresa nesse meio.

Outra alternativa é pensar em maneiras de inserir sua marca dentro de um jogo. Aqui, as empresas devem se atentar para o fato de que a inserção deve estar dentro do contexto do game, assim como marcas que fazem o product placement em novelas, filmes ou vídeos no YouTube, por exemplo. Como aquela cena em que, na hora de fazer uma receita, é possível ver as marcas dos produtos na tela.

Como as marcas abordam os jogos digitais

Existe uma longa história de companhias que resolveram investir em peso nos jogos, até criando alguns deles. Em 1993, por exemplo, o McDonald’s lançou um jogo para o console Mega-Drive/Genesis, batizado de McDonald’s Treasure Land Adventure.

A Netflix já lançou um game em 2017, no qual era possível selecionar personagens de séries como Stranger Things, Orange is the New Black, Narcos e Marco Polo.

Já outras empresas apostam em estar presentes em um universo virtual dentro do jogo. A Hyundai é uma das marcas que apostou no Roblox – uma plataforma que permite a construção de diversos jogos ou mundos – assim como a Gucci.

No jogo competitivo Fortnite, companhias como a Balenciaga já incluíram itens do catálogo como opção para os jogadores criarem looks diferentes em seus avatares. Diversas companhias também figuram entre os itens que os personagens podem utilizar no game The Sims, desde maquiagem (MAC) a grifes de roupa (Diesel, Moschino). Além de móveis da marca sueca IKEA.

Essa opção para as marcas é reforçada pela pesquisa da Live e Talk: 58% dos participantes gostam da ideia de um personagem usar itens de uma marca específica no ambiente de um jogo.

Representatividade também é um elemento importante para um planejamento de marketing no universo gamer. De acordo com “O mundo infinito dos gamers”, chega a 42% o número de pessoas que considera “primordiais ações de marca voltadas para representatividade e inclusão”.

Assim, desenvolver ações que aproximem os jogos digitais de pessoas que não são geralmente contempladas é uma forma de fazer com que uma marca passe valores nos quais acredita nesse tipo de campanha.

O uso de redes sociais que estão ligadas a uma comunidade gamer também é uma boa ferramenta para se aproximar de jogadores. Recomendamos nosso texto sobre a Twitch e o Discord. Para saber mais sobre como marcas têm se aproximado do universo dos games, também recomendamos ler este artigo.

Se você se interessa sobre esse universo, mas nunca deu um primeiro passo, todas essas informações podem parecer um universo alienígena. Mas, como um bom planejamento, e conhecendo bem seu público-alvo, é possível se tornar uma marca conhecida.

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