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O marketing acessível faz parte do dia a dia da sua marca? Veja como começar a implementá-lo

Já ouviu falar em marketing acessível? O assunto nem sempre é pauta no planejamento das empresas, mas pode fazer toda a diferença na hora de conquistar e fidelizar seu público.

Aplicar a acessibilidade no marketing é pensar sua comunicação e ações junto aos clientes de forma a incluir o maior número de pessoas possíveis – notadamente as pessoas com deficiência, PcD.

Esses consumidores entram diariamente em contato com embalagens, anúncios, páginas da internet, e-commerces, e também indo a lojas físicas para obter aquilo que procuram.

Para se ter uma ideia desse mercado, e por que é importante levá-lo em consideração, vamos aos números: 15% da população mundial possui algum tipo de deficiência, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, e cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil (20% da população) se encaixam nessa parcela.

Agora, pense com a gente: se é o marketing que ajuda a levar o consumidor até o site de uma marca, a uma plataforma de e-commerce ou uma loja “de tijolos”, como os consumidores PcD estão absorvendo as campanhas de comunicação?

Uma parte da resposta é: ainda há diversas falhas na comunicação das marcas com esse público, um desafio apontado por 51% de PcDs – que não se sentem representados em campanhas de marketing no Brasil, de acordo com os números divulgados neste artigo do Think With Google.

E na falta de atenção a essa parcela de consumidores está a oportunidade. Para o portal Consumidor Moderno, por exemplo, o “poder de compra do consumidor com deficiência ainda é subestimado pelo comércio em geral. As barreiras para o consumo são inúmeras. A acessibilidade para as compras, por exemplo, ainda não evoluiu o suficiente”. Números de um levantamento da BigData Corp confirmam essa análise: menos de 1% dos sites brasileiros são acessíveis para pessoas com deficiência.

Há muito a ser feito, e o recado é claro para as marcas que desejam começar a se comunicar com esses consumidores: quem conversar melhor e entender as necessidades desse público tem muito a ganhar, principalmente em países como o Brasil, no qual a população envelhece, e a partir daí, passa a optar por comodidades de locomoção, acesso e praticidade maior para resolver os “pepinos” do dia a dia.

“A acessibilidade em lojas físicas muito em breve será uma necessidade para ser competitivo”, diz o colunista e PcD Andrew Pulrang na Forbes norte-americana.

Assim, reunimos por aqui dicas para que a sua marca saia na frente e comece a pensar desde já em como incluir a população PcD em sua estratégia de comunicação e vendas. Siga com a gente!

Primeiros passos para as marcas | Uma iniciativa simples e que tem potencial para mudar a comunicação da uma marca é começar a utilizar melhores descrições em seus posts em redes sociais, ideia que é trabalhada de forma mais consciente há mais de 10 anos a partir da hashtag #PraCegoVer – que descreve aquilo que está nas imagens. Estas informações serão reproduzidas em aplicativos de áudio descrição destinados, principalmente, a deficientes visuais. No Brasil, a ideia começou em 2012 com a professora Patrícia Braille, e até hoje continua a ser utilizada nas redes.

Outra opção é valer-se das opções de texto alternativo na hora de subir uma imagem de post nas redes nas quais sua marca está presente. A descrição do texto alternativo não aparece ativamente em um post, mas é reconhecida pelos leitores de tela que são utilizados por deficientes visuais.

No caso de vídeos, deficientes auditivos podem aproveitar legendas ou acompanhar o material em áudio por meio de tradutores de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).

Mas o fato é que o marketing acessível não é somente algo a ser aplicado no ambiente digital, ou um discurso a ser absorvido. Algumas ações e planejamento em lojas físicas, franquias e pontos de venda também são importantes para fidelizar um público, e mostrar que, para além do discurso, o seu negócio leva essas atitudes a sério e no cotidiano.

Veja alguns pontos que podem trabalhar a favor da sua clientela e do seu negócio – e, além disso, dar força ao boca a boca positivo:

Facilidade para entrar e estacionar. PcDs que dirigem vão sempre dar preferência a negócios que tornem a tarefa de ir e vir mais simples. Além de garantir um número de vagas proporcional ao tamanho do negócio, é necessário que elas estejam em local de fácil acesso à loja. As regras gerais estão estabelecidas no Brasil pela Lei 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Estacionamentos com mais de 100 vagas ou mais devem reservar a partir de 2% do espaço. Espaços públicos ou privados com menos de 100 vagas de estacionamento devem oferecer pelo menos uma vaga.

Espaço também é fundamental, já que principalmente pessoas com deficiências de mobilidade precisam de mais área para se movimentar, além de, por exemplo, calçadas bem pavimentadas e sem obstáculos, que ofereçam piso tátil. Isso pode fazer toda a diferença não somente para quem utiliza cadeiras de rodas, mas também muletas ou bengalas ou cães-guia.

A acessibilidade deve ir também para o interior dos negócios: pense em espaços internos que ofereçam menores riscos de colisão com vitrines e objetos espalhados. Além disso, a iluminação e a própria dinâmica do som podem tornar o espaço de uma loja mais ou menos confortável e utilizável para pessoas com deficiências visuais ou auditivas.

Ambientes aprovados por PcDs certamente receberão novas visitas, provavelmente levando famílias e amigos também. Principalmente em bairros com pouca acessibilidade geral, um banheiro genuinamente acessível pode fazer a diferença.

Um outro fator apontado por Pulrang em seu artigo diz respeito ao treinamento dos funcionários, ou como se comportar ao receber PcDs. Ele diz que “outro fator que afasta PcDs são equipes muito rígidas, relutantes em quebrar rotinas”.

Ou seja, ele acredita que nada afasta tanto um cliente com deficiência como ouvir pedidos de ajuda bastante razoáveis respondidos com “não posso fazer isso” ou “não tenho permissão”.

“A equipe deve se sentir capacitada para sair pelo menos um pouco de suas funções habituais e além do procedimento habitual, para atender um cliente com deficiência. E a menos que você tenha uma deficiência, tente obter alguma ajuda de pessoas com deficiência. Se possível, mais de um tipo de deficiência. Não se esqueça de oferecer pagamento pelo tempo de ajuda prestado, mesmo que seja um amigo próximo, membro da família ou um cliente com deficiência já leal”, diz.

Ou seja, começar a trabalhar o marketing acessível em uma marca é um processo que deve permear todos os níveis da companhia, desde o layout das lojas – físicas ou virtuais – o quadro de funcionários e o treinamento daqueles que estão frente a frente com os clientes.

Esperamos que este artigo ajude a despertar esse tipo de discussão em seu negócio, e que a partir daí, você possa ampliar o alcance da sua marca!

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