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Marketing de influência 2.0: o CEO como principal influenciador da marca

2022 vem sendo chamado pelas consultorias de tendências como o Ano dos Criadores. Esse movimento, que utiliza a criação de conteúdo como atividade econômica, já tem um nome: creator economy – ou economia dos criadores, na tradução para o português.

Embora a ideia de ganhar dinheiro com a produção de conteúdo em ambiente digital não seja nova, ela teve um grande impulso durante a pandemia, com as nossas comunicações migrando quase que integralmente para as redes sociais e outras plataformas online.

Hoje, esse mercado é estimado em US$ 104 bilhões (mais de R$ 500 bilhões) em todo o mundo. E, só em 2021, movimentou investimentos de US$ 1,3 bilhões (cerca de R$ 6 bilhões). E são muitos os agentes desse setor: mais de 50 milhões de pessoas se consideram criadoras de conteúdo digital.

Um relatório do Instagram sobre o que será destaque nas redes neste ano mostra que os criadores estão ganhando status de celebridade. Na verdade, ele diz que, para cerca de 80% dos jovens (de 13 a 24 anos), os influenciadores digitais têm mais poder do que celebridades como atores e cantores.

E é natural que, com todo esse potencial, as marcas queiram estar cada vez mais próximas desses criadores. O principal jeito de fazer isso é o chamado marketing de influência, aliando os negócios à reputação dos influencers. Muitas companhias já incluem em seus orçamentos e estratégias uma verba que possa ser usada para esse fim.

Entretanto, saber como usar esses recursos é um desafio, uma vez que o mercado está em constante mudança e investir nos meios tradicionais de propaganda nem sempre é o melhor caminho.

E claro, associar a marca a uma personalidade pode gerar problemas, já que a empresa não tem controle total sobre as ações dos influenciadores além do serviço contratado. Assim, uma postura ou comentário polêmico, por exemplo, pode virar uma bola de neve e respingar na reputação da companhia.

Mas existe um outro jeito de aproveitar esse movimento, com menos riscos e mais controle sobre o influenciador. Quer saber qual? Transformar o próprio CEO na celebridade da sua marca. Quem melhor para falar do negócio senão o próprio dono?

Essa tendência tem ganhado cada vez mais espaço nos últimos anos em razão, principalmente, da popularização do LinkedIn. Há casos, inclusive, onde o executivo começa falando sobre seus produtos ou serviços, mas ganha tanto espaço que acaba se tornando uma referência no setor onde atua.

Se essa parece uma boa ideia, confira as dicas que reunimos aqui para começar a angariar seguidores para o seu perfil!

O que é influência?
A influência se constrói. Tal qual no caso de uma marca, em que é preciso acumular créditos de confiança e credibilidade para engajar determinada audiência, o influenciador precisa oferecer um produto ou serviço de qualidade – neste caso, o seu conteúdo.

Ter influência também requer uma conversa, uma troca com o público. Ou seja: interagir com quem você segue e responder aos comentários na sua própria página é essencial. Mas distribuir curtidas ou sair comentando em postagens por aí para chamar a atenção não vale. As interações precisam ser inteligentes, educadas e contribuir para a conversa.

A pesquisa Most Influential Celebrities, divulgada pela Ipsos em 2020, comprova que fama e influência são coisas diferentes. O estudo mostrou que o apresentador Rodrigo Faro é a celebridade mais famosa do Brasil, enquanto o jornalista Evaristo Costa é a mais influente. Curioso é que o primeiro acumulava, na época do levantamento, 23,4 milhões de seguidores no Instagram e o segundo, apenas 7,2 milhões.

Por este motivo, a influência não deve ser medida só pelo número de seguidores ou de interações. Até porque, uma pessoa que viu a postagem não foi necessariamente influenciada a consumir um produto ou serviço (e esse é, afinal, o objetivo de um empresário, certo?).

Por exemplo: você postou uma foto tomando um milk-shake da marca X. O seu seguidor pode curtir porque gostou da imagem ou da roupa que está usando, mas não necessariamente ele se convenceu a comprar o milk-shake da marca X.

Por outro lado, quando o indivíduo constrói uma relação de confiança com seu público, a influência tende a ser maior. No mesmo exemplo anterior, você postou uma foto tomando um milk-shake da marca X, mas é um especialista em postagens sobre comida. O seu seguidor de longa data vê a imagem, curte, comenta e considera tomar o milk-shake. Mas isso só aconteceu porque ele já te acompanha há um tempo e sabe que as coisas que você consome costumam ser boas.

Alguns exemplos
A empresária Cristiana Arcangeli, uma empreendedora serial, como ela mesma diz, é uma das investidoras que participam do programa Shark Tank Brasil, da Sony. Desde 2009, ela é CEO da Beuty’in, empresa de beleza, ramo em que atua desde 1985. Atualmente, ela acumula mais de 127 mil seguidores no LinkedIn, falando não apenas do setor, como também sobre empreendedorismo feminino, mentoria e educação empreendedora.

Com números ainda mais expressivos, Guilherme Benchimol, fundador e presidente executivo do conselho de administração da XP Inc. contabiliza mais de 927 mil seguidores na rede profissional. Ele fala principalmente sobre as atividades da empresa, como a recente parceria com um time de futebol ou ações sociais. Assuntos da atualidade que são pertinentes ao mercado financeiro e dicas sobre carreira também fazem parte das suas contribuições no LinkedIn.

Como já mostramos, porém, não é preciso ter um número exorbitante de seguidores para ser o principal influenciador da sua marca. O investidor e mentor de negócios veganos Christian ‘Crica’ Wolthers, fundador da Vegan Business e co-fundador da Zen Wellness, tem pouco mais de 17 mil seguidores no LinkedIn. Por lá, ele fala sobre veganismo, capital de risco, empreendedorismo e investimento anjo.

Além dos assuntos mais densos, Crica também reúne informações sobre o universo vegano no seu Instagram, em que acumula mais de 80 mil seguidores. Neste caso, os assuntos abordados trazem sua visão e a de sua família, que também segue o veganismo. Ele mescla conteúdos sobre sua rotina familiar, bem-estar e alimentação.

Como se tornar influente
1- Defina assuntos
Comece definindo quais temas serão abordados para fazer de você o influenciador da própria marca. Além do assunto principal, que é a própria empresa, quais outros assuntos podem ser relevantes e, mais do que isso, sobre o que o CEO sabe falar e quais são seus temas de interesse?

2- Descubra onde o público está
Depois de selecionar quais assuntos serão abordados, é preciso avaliar quem é e onde seu público está. Por exemplo: se o tema é protagonismo feminino no mercado de trabalho, o assunto pode ser abordado no LinkedIn, com dados sobre o assunto e algum fato recente – como a primeira mulher de uma empresa a ser promovida a CEO – e também no Instagram, mas com uma abordagem mais pessoal e linguagem mais simples.

3- Escute o que o público tem a dizer
Conforme já mencionamos, um dos itens essenciais para ser influente é ter engajamento qualificado, desenvolvendo uma conversa com o público. Para isso, é necessário ouvi-lo. É importante saber quais causas ele apoia, quais são seus anseios e sobre o que está falando no momento. Além disso, é necessário avaliar a frequência com que ele interage com você, a fim de entender o melhor timing para cada conteúdo.

4- Mensure resultados
Para saber se a estratégia está funcionando, acompanhe e mensure resultados. Hoje, as redes sociais oferecem métricas sobre a entrega do conteúdo e há plataformas exclusivas para isso, como o Google Ads.

O chamado marketing de performance é uma estratégia voltada exclusivamente para os resultados das ações, medidos a partir da análise de dados quantitativos e qualitativos gerados pelas plataformas digitais.

Uma outra dica é apostar na contratação de assessorias especializadas em marketing digital, facilitando e agilizando a implementação dessas estratégias, sem precisar entender do ramo.

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