Meta é um prefixo de origem grega que significa “acima” ou “além”. Ele já existe há muito tempo no português, em palavras como “metáfora”, mas se tornou mais popular há alguns anos. No mundo dos filmes e histórias em quadrinhos, por exemplo, existem os “metahumanos”, um outro nome para falar de super-heróis ou vilões que têm habilidades que vão além daquelas comuns a nós, meros mortais.
Agora, no noticiário digital e de negócios, surgiu a discussão sobre o metaverso, um ambiente digital no qual seria possível interagir de maneira mais imersiva e parecida com a nossa realidade offline.
O marco que deu novo fôlego à discussão foi o anúncio de que o Facebook decidiu mudar de marca como empresa-mãe das suas diversas plataformas – como o Instagram, WhatsApp, e o próprio Facebook. E o nome escolhido foi justamente Meta, uma alusão ao metaverso.
A discussão não é nova, porque ideias de metaverso já estão sendo implantadas por diversas companhias há anos, capitaneadas por desenvolvedoras de jogos digitais.
Ainda em 2003, por exemplo, foi lançado o Second Life, considerado um ambiente que simula uma vida real e social por meio avatares (uma imagem ou personagem que representa alguém dentro de um ambiente virtual, ou seja, seu bonequinho).
O jogo não apenas se tornou um sucesso mundial em meados dos anos 2000 como ainda funciona, com quase 1 milhão de usuários ativos em 2020. Também ganharam o mundo jogos como The Sims, lançado na mesma época e que permite criar e mobiliar sua casa virtual, uma família e até seus pets dentro de um videogame.
Mas onde minha marca entra nessa história?
Como não poderia deixar de ser com qualquer grande tendência do meio digital, o marketing e as marcas já estão envolvidos com o metaverso! Você já leu aqui, por exemplo, como empresas e artistas têm se conectado com os 80 milhões de jogadores do Fortnite, por exemplo. Agora, a desenvolvedora do jogo, a Epic Games, obteve US$ 1 bilhão em investimentos para, tal qual o Facebook, desenvolver sua visão do que deve ser um metaverso.
E quem reconhece uma marca do lado de fora do ambiente virtual, reconhece uma marca dentro dele. Haja visto o mercado de luxo. A Gucci lançou vendas de calçados digitais como o Gucci Virtual 25, tênis cano alto nas cores verde, rosa e azul, que pode ser usado como um filtro de Instagram, por exemplo. A marca também está no The Sims, que já incorporou ao seu repertório de vestuário maquiagens da MAC e coleções da grife Moschino.
Isso vai de encontro a algumas opiniões do CEO do Facebook sobre a transformação da empresa em Meta. Segundo o próprio Zuckerberg, no metaverso idealizado por eles será possível “se teletransportar instantaneamente como um holograma, para chegar ao escritório sem necessidade de deslocamento, a um concerto com os amigos ou à sala da casa dos seus pais para saber das novidades”.
Até o mercado imobiliário vai ter espaço – ou melhor, já tem – no metaverso. Na plataforma Decentraland, um terreno virtual foi vendido em novembro de 2021 por 618 mil MANAS, a moeda virtual desse mundo. Isso equivale a US$ 2,4 milhões (sim!), o que faz dessa transação uma das maiores da história dentro de um universo digital. Para além de um universo lúdico, a Decentraland é vendida pelos criadores como um mundo online colaborativo, em que pessoas podem visitar locais usando avatares, e até fazer negócios.
O caríssimo terreno virtual deve ser destinado à criação de desfiles de moda e à venda de roupas para avatares. Já as coleções devem ser criadas por meio de parcerias com marcas do mundo real – exatamente o que a Gucci e a Moschino já começaram a fazer à sua maneira.
Você (ainda) não precisa ser meta
Se por um lado ainda não temos equipamentos e tecnologias tão difundidas para transformar o metaverso em realidade para todos, é fácil enxergar todas essas funcionalidades como parte de um futuro próximo.
E, como você viu, algumas ideias já estão sendo adotadas por marcas agora. A previsão de especialistas em tecnologia é que a implantação do 5G, uma internet móvel mais potente, pode aumentar ainda mais a conectividade em produtos, serviços e até itens que vestimos – a chamada Internet das Coisas.
Dessa forma, até uma visita a um supermercado pode se tornar mais prática – pense nos mercados da Amazon sem caixas, onde os sensores detectam os itens que foram escolhidos, e cobram diretamente seu cartão de crédito na saída; ou lojas que já permitem que você prove roupas e acessórios de maneira virtual, com base em realidade aumentada e com ajuda do seu smartphone.
O que podemos aprender é que, para além dos gigantes da tecnologia, as companhias estão descobrindo novas linguagens e possibilidades para entrar no metaverso. Talvez não caiba agora ao seu negócio criar uma plataforma para reuniões virtuais.
Mas os avatares de funcionários e executivos de grandes empresas precisarão de cadeiras confortáveis, um visual apropriado para encontrar clientes e fornecedores. Que tal a cor da parede, e a decoração? Vamos nos divertir escolhendo canetas, usando a máquina de café virtual, e escolhendo a playlist de música tocando ao fundo. E tudo mais que pode ser criado para fazer daquele ambiente o mais autêntico possível. O metaverso terá a nossa cara.
É aí que, em breve, sua marca poderá ter a oportunidade de brilhar mais no mundo digital. Já parou para pensar em como você vai aparecer nesse ambiente?
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